Maldigo minha própria poesia
Que não é nada, senão sentença cruel
Dada em palavras bonitas
Em métrica bem estabelecida
Maldita seja minha poesia
Que brota de um coração dilacerado
Por entre a dor, por entre o sangue
E sai pela fenda de um peito rasgado
Malditos ouvidos que a ouvem
O dos boêmios, que têm por teto a noite
E buscam alento num copo de vinho
Por terem querido a flor, e recebido o espinho
Tolos ébrios que caminham na direção da sentença
Matam-se de um amor venenoso que os consome
Não lembram que o poeta que profetiza a própria morte
Também conhece o destino dos demais amantes
Amor não é nada além de um sedutor
O algoz dos corações frágeis e sonhadores
Revela esplendorosamente seu furor
Para que não resistamos a morrer de amores
E quantas vezes ja se leu tal verdade em versos?
Quantos pobres condenados já não testemunharam a própria dor?
Mas que palavras duras se fazem necessárias para convencer o
[apaixonado
E tirar dos seus olhos a venda mágica que torna o carrasco um
[anjo de amor?
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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