segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Desventuras

Dei-te o amor que nunca vislumbraste
Dei-te corpo e alma com os quais nao sonhaste
Dei-te a instabilidade juvenil
O porte meigo, quase infantíl

Dei-te os carinhos que jamais recebeste
Dei-te fresco suco, do qual nunca bebeste
E joguei os laços, nos quais te prendeste
E ali ficaste, na companhia vil da insegurança

Dei-me toda a ti, cada oculto pedaço
E entranhada em mim te veio a esperança
Que não te permitias ter
Porque me associaste à inconstância

E se te dei tão flagelantes sentimentos
Se te tirei o sono por noites e lancei-te ao relento
Foi por querer dar-te o amor que merecias
Por querer ser o teu anjo, tua alegria

Mas saibas que amor a mim me trouxe na bagagem
A idéia permanente do oasis, da miragem
O abraço frio e estreito da incerteza
E o medo infinito e lacerante

Por ti passei noites inerte
Em lágrimas gélidas e amargas
Não te ter, ao meu lado, onde estiveste
Neste meu leito onde sou mulher e sou menina
Fazia de minh'alma pobre náufraga
Nos sonhos onde antes navegava

Nenhum comentário: