sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O Sol e a Lua

Estranhos desígnios tem o amor
Por vezes peralta como um menino
Liga dois destinos e dá-lhes dissabor
Depois tece beleza com o fio da dor

Quanta dor traz esse meu canto
E quanta beleza, quanto encanto
Quanta agonia e quanto pranto
Quanta harmonia e melodia

Pobre Lua no céu solitária
Já não tinha motivo pra brilhar
Sua cor tornara-se fosca
Seu brilho quase a se apagar

Pediu com tal doçura ao Universo
Que a livrasse da cruel solidão
E este encantara-se com seus versos
Atendera-a com total dedicação

Criou o Sol para que brilhasse
Enquanto a Lua estivesse a descansar
Dividiria com ela o imenso céu
Mas jamais viriam a se encontrar

Lua viu de longe o vivo brilho
Sua face encheu-se de alegria
As noites já não eram de tristeza
Nunca antes tivera tal beleza

A paixão pelo Astro Rei veio a brotar
E a dor novamente encheu a Lua
Lembrou-se de que nunca o ia encontrar
Lembrou-se de que não viria a ser sua

E o brilho fez-se outra vez opaco
O encanto já não a habitava
As noites fizeram-se mais escuras
Por agonia da pobre Lua apaixonada

Astro Rei deu seu melhor nos dias
Iluminou a beleza infinita da Terra
Quis encher de alegria o coração da amada
Com a força da brilhante luz dourada

E a Lua, que por vezes se faz cheia
Porque o impossível é possível na esperança
Outras vezes mingua no céu da desesperança
Pois não há sonho que nos baste eternamente

E é por isso, por estar enamorada
Que Mãe Lua é guardiã dos corações apaixonados
Dá-lhes seu brilho, enche-lhes os olhos de beleza
Não se supõe que ela esconde tal tristeza

E Astro Rei que brilha imponente
É sinal de esperança aos que padecem
De amor, sentimento belo e ardente
Mas que por vezes enchem o coração de dor

Um comentário:

Lis disse...

isso... faz chorar mesmo ^^
Muito linda
Trouxe-me lágrimas aos olhos ^^